27/04/2010

Crítica à sociedade

Vagueio no mundo perfeito,
Prosperidade em todo o planeta.
Erradicação de tudo
O que sempre nos assombrou.
Já não vivo numa sarjeta.
Fome, injustiça,
Ganância, poluição
Diferenças, discriminação,
Maldade, consumismo,
Inveja, terrorismo.
Tudo era passado,
Verificava eu deslumbrado.
Tudo corria de feição,
Até que então....
Acordo.
Mais um dia banal,
Refém da rotina.
Abro a cortina
O sol inaugura o dia
Embora a manhã esteja fria,
Saio à rua.
Os mesmos corpos de sempre
Medonhos e misteriosos
Vazios, sem interesse,
Impávidos, conformados,
Acomodados e formatados.
Que pena de vós sinto!
Levanto-me da multidão
E grito:
"Basta!"
Mas que vida esta!
Regressei a casa
E anotei o sucedido.
Afinal, é tudo o que me resta...


Se calhar, se tudo fosse perfeito
A vida não teria "piada"
Mas se assim continuarmos
Também não nos servirá de nada!

1 comentário:

  1. Viva, Luciano! Gostei do que li. Solte o seu pensamento!
    Eis um CIDADÃO DO MUNDO que prima pelo talento e versatilidade. Ele é teatro, ele é poesia...
    Nesta época tumultuosa de demasiado fascínio pela imagem e uma quase alergia à palavra escrita, para mim, cada poema/criação sua, será sempre uma nota de esperança. Parabéns!

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