29/04/2010

O sentimento da minha vida, és tu.

Sublime escrita que tanto me és! Uma amiga sempre atenta, escutas-me pacientemente sem me criticar ou julgar, apoias-me mesmo no teu silêncio, ofereces-me um sorriso de orelha a orelha no rosto, dás-me o teu ombro e no fundo... No fundo são só palavras. Resplandescentes e maravilhosas palavras.
Proporcionas-me momentos de reflexão, crítica ou puro lazer. És o meu espelho. Através de ti exprimo-me e jorro lágrimas de alívio, alegria, tristeza... O que eu quiser, porque tu deixas.
Não preciso de inspiração. Tu própria a representas. Em cada letra, em cada palavra. Moldo-te à minha maneira e observo-te, orgulhoso da minha criação. Escrevo-te madrugada dentro, feliz por te têr ao meu lado. O mais puro dos sentimentos, venero-te. Deste sentido aos momentos mortos e às insónias. O que outrora fora castigo é hoje uma benção. Que misterioso sentimento.
Escrevo-te, desenho-te, através dos meus pensamentos exteriorizados. Não faço o que quero de ti, tu fazes o que queres de mim. Como por magia um corpo, uma alma funde-se com as palavras e tornamo-nos um só.
Quanto ao sentido da minha existência, posso fazer dele o que quiser em teu nome. Posso ser outro alguém sendo eu. Imaginar-me, fingir-me, escrever-me. Relato-te hoje, realizado. O meu coração bate ao ritmo das palavras que fluem do meu pensamento. Mais do que um diário, coisifico-te. Reflito e percebo que durante estes (embora poucos) anos de vida foste a única que nunca me abandonaste, incondicionalmente.
Não te via, sentia-te e respirava-te caminhando contigo lado a lado, à beira mar. Olhando para trás reparava nos dois pares de pegadas que deixavamos, testemunhas das nossas vivências. A certa altura julguei que caminhava sozinho, que me tinhas deixado. Não mais vira as tuas pegadas. Desta vez, apenas um par de pegadas, o meu par de pegadas vingava na areia molhada. Não imaginava o quão errado estava. Só hoje percebi que esse par de pegadas era teu e que durante todo este tempo me carregas-te às tuas costas. Por entre estas frias, planas e impalpáveis palavras, só quero dizer que te amo.

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